Empresa de Água e Electricidade de São Tomé e Príncipe regista perdas financeiras na ordem dos 33%, registando uma balança financeira negativa da instituição.
Uma reestruturação completa da Empresa de Água e Electricidade (EMAE) de São Tomé e Príncipe, incluindo a modernização tecnológica dos meios que garantem o seu funcionamento, é o que defende o director geral da instituição, Celestino Andrade.
Falando sobre o “Sector Energético de São Tomé e Príncipe-Desafios e Oportunidades”, um dos temas da Conferência Internacional sobre Energia Sustentável naquele país insular, o responsável avançou que a instituição que dirige regista 33% de perdas comerciais, com uma balança financeira negativa, e “a privatização por si só não é a solução”.
“Do ponto de vista económico é preciso reestruturar completamente a EMAE, trazer toda aquela tecnologia que está prevista, pois como é que alguém vai dirigir uma empresa que tem 33% de perdas comerciais? Tem que estancar esta ferida”, afirmou Celestino Andrade, alertando que “é preciso tomarmos medidas imediatas para melhorar o prazo de recebimento daquilo que fornecemos, refiro-me concretamente a aqueles clientes, e que são muitos, que têm uma interligação com o Estado, isto é, os clientes todos que dependem do OGE ou têm autonomia financeira”.
Sobre instalação de painéis solares e outro tipo de tecnologia para a criação de fontes alternativas de energia às tradicionais, o responsável explicou que “os projectos estão atrasados”, garantindo que “nós com 4 ou 5 centrais solares fotovoltaicas instaladas esse problema [de produção e distribuição de energia] portanto, cairia por terra”.
Por sua vez, o assistente da Direcção Geral de Recursos Naturais e Energia (DGRNE), Belizardo Neto, que também participou do tema “Sector Energético de São Tomé e Príncipe-Desafios e Oportunidades”, esclareceu que o país está a criar as condições para atrair empresários para investirem em energias renováveis.
Belizardo considera que a melhoria do quadro legal e a aprovação de outros documentos “são ferramentas que permitem quebrar esta barreira que existe ao nível do investimento privado para o sector de energia [renováveis] para permitir a transição energética”.
A Conferência Internacional sobre Energia Sustentável em São Tomé e Príncipe está a ser organizada pela Associação Lusófona de Energias Renováveis, com o apoio da Direcção Geral de Recursos Naturais e Energia, do Ministério da Infraestrutura e Recursos Naturais e São Tomé e Príncipe, bem como da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.
Fonte: https://www.forbesafricalusofona.com/a-privatizacao-por-si-so-nao-e-a-solucao/